terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Homenagem a Velha 206



Saudações!


Aqui vai o poema prometido sobre a Velha 206, a Maria Fumaça que deixou de operar em Conservatória, mas que virou ponto turístico obrigatório da região. Conta a história que no século passado, quando ela ainda operava, levando o café da região, seu trajeto era através do túnel do distrito, que foi construído exatamente para que ela pudesse passar. Esse túnel é muito especial, pois fica próximo a uma nascente e verte água por suas paredes. Ao parar de funcionar, a Maria Fumaça levou consigo o último sopro de passado, mas os românticos seresteiros do lugar não perderam tempo e viram naquelas águas do túnel uma linda metáfora: é como se ele estivesse chorando de saudade de sua companheira 206.
José Borges imortalizou isso em sua canção "Rua das Flores" e o Moa, um poeta que tem uma das lojas mais lindas do distrito fez esse belo poema que segue:



Uma Lenda

Velha 206
quem te vê assim, parada
nem de longe há de supor
que tens um belo segredo,
humildemente guardado,
em nome do Grande Amor.

Velha 206,
quem vem a Conservatória
não sabe o quanto te deve.
Não sabe que, alta noite,
quando a cidade adormece
tu te pões a trabalhar.
Um anjo - bom maquinista! -
atrela em ti os vagões
que tu aguentas puxar.

E neles , com alegria,
anjinhos carregadores
põem cargas de problemas
vividos no dia-a-dia.
São mentiras, são verdades,
são sonhos, são frustrações,
são versos soltos, quebrados,
são pedaços de canções...

Velha 206,
quando o chefe da estação -
outro anjo, com certeza -
dá o sinal de partida,
é tua vez de cantar:

"Bota fogo, anjo foguista,
solta o freio, maquinista,
que pro céu eu vou levar
essa carga tão pesada,
essa carga tão pesada,
essa carga tão pesada,
logo, logo, eu vou chegar!"

Velha 206,
ao deixar Conservatória
quando o visitante volta,
mais leve, de "alma lavada",
para a casa aonde mora,
não se dá conta, talvez,
do encanto de tua história.

Velha 206,
quem me contou teu segredo
foi o Túnel da cidade,
teu velho amigo de outrora,
que de ti sente saudade...
e que, de saudade, chora.

(Moacyr Sacramento, o Moa)


A Velha 206



O túnel que chora.



Essa foi a melhor descrição da sensação que se tem ao deixar Conservatória...a gente sai de lá realmente mais leve, mais feliz e tem mesmo a impressão de que nossos problemas foram levados a outro lugar...só indo lá pra sentir isso! Mas tenho certeza de que você, que ainda não foi, ao regressar de sua primeira viagem e reler esse poema vai ter essa exata sensação!

O Moa tem uma loja numa das ruas principais (a rua que vai) chamada "Casa do Poeta" onde você pode encontrar poesia e arte misturadas! São telas ou cartões com poemas escritos. Vão desde um poema como esse aí de cima até quadrinhas singelas, perfeitas para dar de presente a quem se ama. Os assuntos dos poemas são variados e cabem bem em qualquer situação. Pra quem não quer nada escrito, há também a opção apenas das pinturas que são muito bonitas. A loja aceita cartão de crédito, aliás, é uma das poucas em Conservatória que aceita, mas os preços não são salgados. São justos, pois você estará adquirindo não apenas uma obra de arte (tanto de pintura quanto de literatura), mas estará levando consigo um pedaço de Conservatória.

A bientôt!


Extraído do blog:

Viaje comigo amigo

http://viajecomigoamigo.blogspot.com.br/

http://viajecomigoamigo.blogspot.com.br/search?updated-max=2008-09-01T03:43:00-03:00



Ferrovia do Contestado.





sexta-feira, 23 de maio de 2014





Os Verdes Campos da Minha Terra
Agnaldo Timóteo

Se algum dia
A minha terra eu voltar
Quero encontrar
As mesmas coisas que deixei
Quando o trem parar na estação
Eu sentirei no coração
A alegria de chegar
De rever a terra em que nasci
E correr como em criança
Nos verdes campos do lugar
Quero encontrar
A sorrir para mim
O meu amor na estação a me esperar
Pegarei novamente a sua mão
E seguiremos com emoção
Pros verdes campos do lugar
E reviver os momentos de alegria
Com meu amor a passear
Nos verdes campos do meu lar.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A volta do passeio da Maria Fumaça em Apiúna/SC.



  1. Após 2 anos, a máquina 232, voltou a rodar no pequeno trecho Ferroviário de Subida - EFSC. 

    Foi inevitável não ter lágrimas nos olhos, ao estarmos em uma das 5 viagens feitas pelo trem.
    O "choro" da pequena máquina, o trabalho dos amigos que lá encontramos - da ABPF, Tremtur, o rosto das pessoas, o cheiro e som da locomotiva à vapor em movimento, a paisagem, a história...
    A História, tão importante para muito que ainda a trazem viva em suas mais caras lembranças e fez parte da história dos filhos de pelo menos duas gerações. 
    E o patrimônio de Blumenau?
    Já fizemos duas tentativas, juntos a alguns representantes da administração. "Assediamos" com livros embaixo do braço. tentativas sem ecos. Durante o dia de hoje, perguntaram-me sobre as ações práticas sobre o patrimônio ferroviário de Blumenau. O que dizer? Por que não, recuperar a Macuca, a ponte de pedras, e outros elementos do patrimônio ferroviário da cidade? O que falta para isto? Se observassem, quantas pessoas procuram este contato com esta parte da História.Todas as 5 viagens de trem, em subida estavam lotadas... Pessoas sorrindo...felizes...paisagem bonita...
    Parabéns aos amigos da ABPF, Tremtur, e das comunidades que cooperam para que ocorra este resgate. Nosso agradecimento especial. É um trabalho, sem qualquer retorno financeiro para ninguém em particular...e quem está ganhando somos todos nós.


    Texto e fotos da arquiteta e urbanista Angelina Wittmann a qual agradecemos.






















segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Macuca a primeira locomotiva de Blumenau






Primeira locomotiva de Blumenau. Importada da Alemanha em 1908, chegou ao Brasil a bordo do Vapor Klobenz que também trazia oitocentas toneladas de material para a Estrada de Ferro Santa Catarina.
Curiosidade: O apelido “Macuca” foi dado devido à semelhança com a ave macuco, pois o apito lembrava seu pio e o ruído da descarga de sua caldeira parecia com o som produzido pelas suas asas.





Do site


http://www.viajandoobrasil.com.br/locomotiva-macuca/





 
 
 

domingo, 7 de outubro de 2012

Livro História do trem no Contestado - Profº Nilson Thomé




Somente em 1910 o Sul e o Sudoeste do Brasil foram ligados pelo interior por linha férrea, depois de servidos por uma estrada de tropeiros que cortou o interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul há muito tempo atrás. Neste livro de 306 páginas, “História do Trem no Contestado”, fartamente ilustrado com mais de 150 imagens de mapas e fotografias, Nilson Thomé narra a construção e os primeiros anos da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande (SPRG) no Espaço Livre do Contestado, Vale do Rio do Peixe, entre Itararé (SP) e o Rio Uruguai (no RS), mais a construção do ramal Linha São Francisco, planejado para ligar este porto catarinense a Assunção, no Paraguai e a Antofagasta, no Chile. Tudo isso é mostrado como obra da Brazil Railway Company, a holding do Sindicato Farquhar que agrupava 38 empresas no Brasil, e ela mesma é exposta aqui, desde sua criação até seus últimos dias. O estudo aborda o envolvimento da ferrovia com a Guerra do Contestado (1913-1916) e avança nas histórias da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (RVPSC) e da Rede Ferroviária Federal S/A (SR5 da RFFSA), até o final do Século XX quando, por arrendamento, as linhas passaram à América Latina Logística (ALL). Também contempla a história do Tronco Sul e da E. F. Santa Catarina, e finaliza com a apresentação do prometido Corredor Ferroviário Catarinense para o Século XXI. Esta obra é lançada em comemoração ao centenário da Ferrovia do Contestado, em 2010.